sábado, 28 de maio de 2011

POESIA


Caixa mágica de surpresa

Elias José

Um livro

é uma beleza,

é caixa mágica

só de surpresa.

Um livro

parece mudo,

Mas nele a gente

descobre tudo.

Um livro

tem asas

longas e leves

que, de repente,

levam a gente

longe, longe

Um livro

é parque de diversões

cheio de sonhos coloridos,

cheio de doces sortidos,

cheio de luzes e balões.

Um livro é uma floresta

com folhas e flores

e bichos e cores.

É mesmo uma festa,

um baú de feiticeiro,

um navio pirata do mar,

um foguete perdido no ar,

É amigo e companheiro.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A cartomante

A cartomante
Em uma tarde fria de inverno Laura é surpreendida com uma batida na porta. Assustou-se, pois já fazia algumas horas que estava imersa em suas leituras que nem percebera que já havia anoitecido. Laura vivia em uma casa de dois pisos com Antonio, os dois se conheceram em uma excursão de férias. Ela tentando esquecer uma desilusão amorosa. Ele solteiro, amava os livros, programas culturais, exposição de artes... Durante a viagem haviam se aproximado, conversavam por horas, passeavam juntos, as afinidades os aproximaram e Laura desenvolveu por Antonio um grande afeto. No ano seguinte, casaram-se. Antonio era um empresário de sucesso, homem influente frequentava muitos lugares e sempre que podia levava Laura consigo. Antonio amava Laura como jamais havia amado outra mulher. Raras eram as ocasiões em que deixava Laura sozinha. O Inverno no Rio Grande do Sul estava rigoroso e Laura havia contraído uma pneumonia o que a obrigara a ficar em casa.
Foi até a porta, ao abrir Laura ficou alguns segundos paralisada, as palavras não saiam de sua boca, o coração pulsava rapidamente, sentia suas mãos frias e pensou que desfaleceria diante da imagem que via há sua frente. Parado à sua frente, depois de oito anos, estava Lucas, seus olhos pareciam mais azuis do que há oito anos, quando a abandonara, mas o que poderia ele querer agora, depois de tanto tempo? Pensar parecia tão difícil, naquele momento, como poderia lhe faltar atitude, raciocínio, logo ela que estudara tanto, que palestrava a multidões ficar muda diante de um homem. Tentou não demonstrar esse turbilhão de pensamentos que lhe ocorriam, então finalmente falou:
- Boa noite, em posso ajudá-lo? – buscava em seu tom de voz e atitude fingir que não lhe reconhecera.
Lucas ficara perplexo quando ao abrir da porta deparou-se com Laura, ela parecia ainda mais bonita, mais jovem, mais exuberante. Pensava como pode deixá-la. Pensava em suas escolhas. Deixara Laura por uma aventura profissional, buscava fama, sucesso, riqueza, mas o destino quis que ele retornasse e agora tinha que contentar-se a submeterem-se as ordens de seu chefe, Antonio. Há dois anos trabalhava para Antonio, tornara-se seu melhor amigo, como nunca viu Laura antes? Os comentários apaixonados de Antonio sobre sua esposa eram da mulher que lhe roubou o coração há oito anos, e agora a encontrara... Casada... Com seu chefe... Com seu melhor amigo. Precisava organizar seus pensamentos, teve vontade de abraça-lha, dizer-lhe que havia se arrependido e fito a escolha errada. Conteve-se.
-Boa noite! - O cumprimento conotava sua surpresa. - Vim até aqui por ordem de seu marido, pediu para verificar como está passando e pra avisá-la que retornará daqui a dois dias. Ele tem tentado falar com você, mas não atende o celular, por isso me pediu que viesse.
- Estou bem. Eu mesma retornarei a ligação de meu marido. Agradeço a gentileza. Boa noite. – E foi fechando a porta.
Lucas sentia seu coração disparar, a porta fechando que outra oportunidade teria de estar com Laura? Calçou a porta com o pé, com voz trêmula disse a Laura:
- Jamais te esqueci, ouça-me.
Laura atônita, não queria ouvi-lo, não poderia vê-lo, parece ter despertado sentimentos adormecidos.
-Vá embora, siga a tua vida, que eu construi a minha, longe de você e hoje sou feliz. Batendo a porta com força.
Lucas ficou ali parado por um tempo, pensou em insistir, mas Laura parecia tão segura. Saiu a caminhar. Havia a encontrado, há quatro anos havia iniciado uma busca por Laura, procurara por toda fronteira, lugar onde ela morara. Encontrá-la em Ijuí, foi uma surpresa, encontrá-la no momento em resolvera desistir de procurá-la. Caminhava sem rumo, quando leu a sua frente “passado, futuro, o que desejar saber, as cartas lhe darão as respostas”. Uma cartomante. Ficou parado lia e relia a frase, poderia ali encontrar as respostas, poderia ali decidir seu futuro, poderia lhe dizer o que fazer? Entrou. Uma mulher de idade avançada o recebeu, colocou as cartas sobre a mesa e começou a discorrer sobre fatos de sua vida, parecia que o conhecia. Lucas ansioso queria saber de sua amada. A mulher então falou:
- Prossiga, lute por essa mulher, tu a ama e ela te ama também, nada os impedirá de ficar juntos. Jovem segue teu coração.
Saiu dali com as esperanças renovadas, a noite lhe parecia tão quente, as estrelas brilhavam como nunca antes, pareciam confirmar o que a cartomante disse. Decidiu: Laura será minha.
Na manhã seguinte, bateu a porta novamente, Laura ainda vestia seu pijama, acordara há pouco. Ao abrir a porta foi surpreendida com um beijo roubado, Lucas a envolvera em um abraço que parecia sufocá-la, ela queria resistir, mas não havia dormido pensando nele, lhe faltavam forças para negar aquela paixão despertada no dia anterior.
Daquele dia em diante, encontravam-se às escondidas. Laura já não era a mesma e Antonio podia perceber, estava seguidamente distraída, seu compromissos haviam aumentado. Já não conseguia conciliar sua agenda de maneira que pudesse acompanhá-lo em suas viagens. O que mudara? Pensava Antonio. Teria feito algo que a magoara? Que necessidade não está conseguindo suprir? Não desconfiava de Laura, muito menos de Lucas, pois jamais se encontravam em sua presença.
A mudança de Laura era tanta que resolveu ficar mais ao seu lado, diminuiu suas viagens, procurava estar presente nos eventos em que eram importantes para Laura, a acompanha, mas isso estava sufocando Laura não suportava ter enganar Antonio, que sabia lhe amava, mas não conseguia manter-se longe de Lucas. As decisões de Antonio impediam que se encontrassem como antes, estava enlouquecendo. Então sem se importar com os riscos, seu as escondias no meio da noite. Antonio percebeu a movimentação da esposa dentro de casa e levantou-se quando chegou ao primeiro piso viu Laura saindo apressada, se vestiu rapidamente e a seguiu.
Antonio conhecia aquele percurso, muitas vezes havia dado carona a Lucas, estava atordoado, não conseguia entender o que Laura poderia estar fazendo naquele bairro. Quando viu sua esposa a porta de Lucas, o chão parece ter desaparecido de seus pés, o coração chegou à boca, a mente esvaziou-se. Voltou para casa, em sua mente a imagem de Laura abraçada a Lucas, beijos apaixonados, pareciam tão íntimos, tão desesperados um pelo outro.
Entrou em seu escritório, pegou o revólver que havia comprado depois de uma tentativa de assalto, entrou em seu carro e deu muitas voltas pela cidade. O que fazer? Estava perturbado. Parou em frente à casa de Lucas, desceu do carro, ia bater a porta quando percebeu que os amantes haviam esquecido a porta aberta. Entrou encontrou os dois adormecidos lado a lado, abraçados, desferiu dois tiros. Os amantes ficariam juntos afinal, unidos pela morte.
Antonio, permaneceu por alguns instantes observando o que fizera, matara o amor de sua vida.

segunda-feira, 16 de maio de 2011


 “Fui ficando só, sem cuidados. Todos os que
nos cuidavam tomaram outros rumos e,
com eles, foi-se o carinho de que eu vivia.
De novo voltam preocupar-se comigo não por cuidado, mas por medo.
Porque me tornei um incômodo.
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou...
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Quero poder imaginar a vida
como ela nunca foi,
e assim vivê-la vívida e perdida,
num sonho que nem dói.”
                                                         Fernando Pessoa
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domingo, 15 de maio de 2011

Musica Years of Solitude de Astor Piazolla e Gerry Mulligan




A música aliada aos nossos sentimentos, nos fazem refletir de uma maneira prazerosa sobre os momentos que vivemos, nossas atitudes e desejos. E através da reflexão tornamos nosso mundo melhor!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2011


BRINCANDO COM PALAVRAS

      O texto poético apresenta-nos a possibilidade de trazer a ludicidade para a produção escrita. É na brincadeira com as palavras, através de rimas e trocadilhos, que a criança vai percebendo que escrever pode ser muito divertido e o gosto pelo criar vai sendo ampliado.
   A leitura expressiva também vai sendo desenvolvida, pois a busca pelo tom apropriado: suave, cadenciado, ritmado,... de acordo com as exigências do texto, é um exercício que necessita ser construído. O jogo sonoro proporcionado pela sucessão de sons apresenta a quem lê a beleza das palavras que, semelhantes ou não, ao serem unidas poeticamente mexem com a emoção e com as sensações.   
      Segundo FREIRE "o ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo". O desenvolvimento da linguagem oral envolve o aprender a escutar, adquirir um novo vocabulário, aperfeiçoar a sintaxe, aumentar o tamanho das sentenças e ter clareza na comunicação.  A sensibilidade fonológica é o aspecto da paixão pela língua na alfabetização. Ela ocorre quando se permite que as crianças brinquem com a língua e escutem a língua em uma variedade de formados, como poemas, histórias, canções, trocadilhos e assim por diante. A sensibilidade fonológica inclui a capacidade de ouvir palavras rimadas, de usar onomatopéias e de reconhecer palavras que comecem com a mesma letra ou som.
       Não há idade para começar, quanto mais cedo melhor. A poesia tem que fazer parte da vida das crianças. Propiciar a vivência da poesia de modo lúdico é a oportunidade da escola de sensibilizar seus educandos desde a mais tenra idade, uma vez que a poesia contém em si a delicadeza, sutileza e docilidade que entram para o cotidiano infantil. Promover a reflexão e suscitar questionamentos sobre os enfoques poéticos são os primeiros passos para criar futuros leitores críticos. Brincar com a poesia e instigar sua invasão na escola revelam uma ação apaixonante e estimulante. Por isso, o educador deve embeber-se desse fascinante mundo, estimulando a criança a interagir e entusiasmar-se com a poesia. 
    Trabalhar com poemas com alunos pequenos é importante porque o texto poético permite que eles façam a leitura orientada pelo ritmo, o que vale também para crianças em fase inicial de aquisição de código. Os poemas geralmente são versos curtos que, pela história encantam essa faixa etária.
     Então, rimas, trocadilhos, adivinhas, música, entre outras peças da brincadeira rimada, são facilmente compreendidas no faz de conta infantil e não podem ser esquecidos por nós educadores.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Texto ambíguo

Lurdes foi lavar a calçada e gritou para seu filho:
- Joãozinho traz a manga.
Joãozinho saiu correndo. Logo retornou trazendo consigo uma manga.
A mãe dando risada disse:
- Não meu filho, não é a fruta. Eu quero a manga de lavar a calçada.
- Ah, a mangueira, mãe!
 Autoras: Roberta, Lilian, Márcia, Vera e Simone.